Mais uma de Mary Jane foi criada para uma rodada invertida do blog Caneta, Lente e Pincel tornando-se uma peça com o texto de Assionara Souza.
Mary Jane poderia seguramente pontuar uma dúzia de histórias que fertilizaram sua imaginação e fizeram com que cada vez mais ela se tornasse Mary Jane. Um dessas, sem dúvida, é a história de Nessie. As duas se conheceram numa noite quente de verão em que os adultos ficaram até tarde tentando sem muito sucesso se refrescar com todas as janelas abertas, umas doses de martini e a doce empáfia sonora em vertigem na agulha da vitrola. Quando todos se refestelavam, Mary Jane deitou-se no tapete embaixo da mesa e, com fones de ouvidos que a separavam do burburinho sensual dos mais velhos, concentrou-se em absorver os mais bizarros segredos da criptozoologia jamais exibidos na tv. Enquanto flagrava a metonímia das pernas num vai-e-vem frenético pela casa, seus pensamentos inundavam-se de toda a água do Loch Ness e os olhos mesclavam-se com as imagens insólitas de quando Nessie, dominada por uma solidão jurássica, subiu à superfície e deixou que o mundo tomasse conhecimento de sua existência. Trêmula e quase compulsiva, Mary Jane enquadrou sua polaroid no campo reluzente da Telefunken e registrou com emoção vibrante aquele momento histórico de sua morna adolescência.
Texto de Assionara Souza.
Mary Jane poderia seguramente pontuar uma dúzia de histórias que fertilizaram sua imaginação e fizeram com que cada vez mais ela se tornasse Mary Jane. Um dessas, sem dúvida, é a história de Nessie. As duas se conheceram numa noite quente de verão em que os adultos ficaram até tarde tentando sem muito sucesso se refrescar com todas as janelas abertas, umas doses de martini e a doce empáfia sonora em vertigem na agulha da vitrola. Quando todos se refestelavam, Mary Jane deitou-se no tapete embaixo da mesa e, com fones de ouvidos que a separavam do burburinho sensual dos mais velhos, concentrou-se em absorver os mais bizarros segredos da criptozoologia jamais exibidos na tv. Enquanto flagrava a metonímia das pernas num vai-e-vem frenético pela casa, seus pensamentos inundavam-se de toda a água do Loch Ness e os olhos mesclavam-se com as imagens insólitas de quando Nessie, dominada por uma solidão jurássica, subiu à superfície e deixou que o mundo tomasse conhecimento de sua existência. Trêmula e quase compulsiva, Mary Jane enquadrou sua polaroid no campo reluzente da Telefunken e registrou com emoção vibrante aquele momento histórico de sua morna adolescência.
Texto de Assionara Souza.
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