Peça-performance utilizando a webcam como instrumento para tocar os sons.
Sinos de Carla (youtube)
Sinos de Carla (mp3)
É realizada com webcam, PureData e o "color_classify".
O color_classify é um objeto do PD que recebe a imagem da webcam e classifica a cor de cada pixel. É a primeira contribuição do Lab Macambira para o Gem (PD) e permite que objetos coloridos sejam identificados e utilizados para controlar o som.
O desenvolvimento do software foi coordenado por Ricardo Fabbri.
A composição e performance são de Gilson Beck.
08/12/2011
25/10/2011
Sarau CLP - Niteroi - 18/Out/2011
Rato de Praia foi uma mini-instalação criada para um Sarau do blogue Caneta, Lente e Pincel, realizado em Niterói no dia 18 de Outubro de 2011. A instalação é baseada na peça Rato de Praia, com imagem de Paulo Resende e texto de André Calazans (abaixo).
Aqui estão quatro execuções interativas de alguns dos participantes do Sarau.
Para escutar, é só clicar sobre o nome delas. Para download, clique no botão direito sobre o nome e depois selecione "salvar arquivo como" ou algo semelhante.
Rato de Praia 1 (mp3)
Rato de Praia 2 (mp3)
Rato de Praia 3 (mp3)
Rato de Praia 4 (mp3)

Rato de praia, cria da areia,
cara tão suja, vida tão feia.
Correndo livre, destino incerto,
nenhuma culpa, sem dó, nem teto.
Um dia surge, no seu caminho,
almoço grátis, molho chumbinho.
Sabor amargo, decepção,
estatelado no calçadão.
Aqui estão quatro execuções interativas de alguns dos participantes do Sarau.
Para escutar, é só clicar sobre o nome delas. Para download, clique no botão direito sobre o nome e depois selecione "salvar arquivo como" ou algo semelhante.
Rato de Praia 1 (mp3)
Rato de Praia 2 (mp3)
Rato de Praia 3 (mp3)
Rato de Praia 4 (mp3)

Rato de praia, cria da areia,
cara tão suja, vida tão feia.
Correndo livre, destino incerto,
nenhuma culpa, sem dó, nem teto.
Um dia surge, no seu caminho,
almoço grátis, molho chumbinho.
Sabor amargo, decepção,
estatelado no calçadão.
08/06/2011
Concerto de Percussão, Piano e Electrónica (Tomar)
25 de Maio de 2011 - Auditório da Biblioteca Municipal de Tomar
Programa
- Gilson Beck
Improvisação sobre a peça “Cartas Celestes” de Almeida Prado (piano solo¹)
Programa
- Gilson Beck
Improvisação sobre a peça “Cartas Celestes” de Almeida Prado (piano solo¹)
12/02/2011
A Cidade Diamante
A Cidade Diamante foi criada para uma Rodada Invertida do blogue Caneta, Lente e Pincel tornando-se uma peça com o texto de Júlio Corrêa.
A música é uma mistura das músicas «Aurora Borealis» de Renato Fabbri com a «Popopop» do Supreme NTM (grupo de hip-hop francês).
A música é uma mistura das músicas «Aurora Borealis» de Renato Fabbri com a «Popopop» do Supreme NTM (grupo de hip-hop francês).
Descarregar mp3
Meio da madrugada, um soldado do tráfico observa a cidade a dormir lá embaixo. Em sua mente, uma canção:
No meio da noite, tudo o que tenho é você, cidade-diamante
Brilha escandalosa, com o fogo de uma amante
Você parece tão perto, ao alcance da minha mão
Mas tentar tocar você é como tentar tocar a própria ilusão
A distância entre nós, eu sei, é grande
Não precisa me lembrar quem eu sou, eu sei o meu lugar, eu sei a minha sina
Mas se você é o meu patrão, eu sou sua morfina
Olhando o seu brilho, quase penso que você é pura, que você é dama
Mas eu sei de tu, eu sei da tua lama
O que mantém este teu brilho são vidas simplesmente
Fornalha de almas, fogueira de gente
Sedenta e vaidosa, tu sempre quer mais
Quanto custa o teu brilho? É quanto custa a tua paz
Se eu quiser, acabo com a tua pose, acabo com a tua festa
Cidade-diamante, o meu ódio é o que me resta
Cidade-diamante, nossa guerra nunca vai ter fim
Desejar o que nunca vou ter é o que a vida reservou pra mim
Por isso não quero o teu beijo da morte, nem que você me estrangule com seu abraço
Você se defende com o seu dinheiro, eu me defendo com o meu aço...
SOLDADO 1 estava apontando seu fuzil para a cidade, quando soldado 2 se aproximou:
SOLDADO 2: Ih, que parada é essa, maluco? Tá querendo arrumar arengação com os homens lá embaixo?
SOLDADO 1: Tu chega atrasado pra rendição e ainda quer arrumar idéia, cumpadre?
SOLDADO 2: Tô com o meu moleque doente. Por quê? Vai me regular agora?
SOLDADO 1: Vê se fica esperto, mané! Vou segurar essa. Mas vou soltar uma letra pra tu: vagabundo já ta numa de detonar, falei?
SOLDADO 2: Demorou.
SOLDADO 1: Acabei de fazer um rap. Quer ouvir?
SOLDADO 2: Ih, se liga, mané! Não tem essa de artista! A gente não tem futuro não. Este negócio de fazer música é vacilação. Nego aproveita que tu tá de bobeira e te mete um bote, mané.
SOLDADO 1: Vai esculachar agora, vacilão? Toma.
O soldado 1 entregou ao outro o seu AK-47.
SOLDADO 1: Fui!
SOLDADO 2: Já é.
O Soldado 1 se foi, cantarolando a sua música. O Soldado 2 assumiu o seu posto.
Tudo calmo. Lá embaixo, a cidade podia dormir em paz.
No meio da noite, tudo o que tenho é você, cidade-diamante
Brilha escandalosa, com o fogo de uma amante
Você parece tão perto, ao alcance da minha mão
Mas tentar tocar você é como tentar tocar a própria ilusão
A distância entre nós, eu sei, é grande
Não precisa me lembrar quem eu sou, eu sei o meu lugar, eu sei a minha sina
Mas se você é o meu patrão, eu sou sua morfina
Olhando o seu brilho, quase penso que você é pura, que você é dama
Mas eu sei de tu, eu sei da tua lama
O que mantém este teu brilho são vidas simplesmente
Fornalha de almas, fogueira de gente
Sedenta e vaidosa, tu sempre quer mais
Quanto custa o teu brilho? É quanto custa a tua paz
Se eu quiser, acabo com a tua pose, acabo com a tua festa
Cidade-diamante, o meu ódio é o que me resta
Cidade-diamante, nossa guerra nunca vai ter fim
Desejar o que nunca vou ter é o que a vida reservou pra mim
Por isso não quero o teu beijo da morte, nem que você me estrangule com seu abraço
Você se defende com o seu dinheiro, eu me defendo com o meu aço...
SOLDADO 1 estava apontando seu fuzil para a cidade, quando soldado 2 se aproximou:
SOLDADO 2: Ih, que parada é essa, maluco? Tá querendo arrumar arengação com os homens lá embaixo?
SOLDADO 1: Tu chega atrasado pra rendição e ainda quer arrumar idéia, cumpadre?
SOLDADO 2: Tô com o meu moleque doente. Por quê? Vai me regular agora?
SOLDADO 1: Vê se fica esperto, mané! Vou segurar essa. Mas vou soltar uma letra pra tu: vagabundo já ta numa de detonar, falei?
SOLDADO 2: Demorou.
SOLDADO 1: Acabei de fazer um rap. Quer ouvir?
SOLDADO 2: Ih, se liga, mané! Não tem essa de artista! A gente não tem futuro não. Este negócio de fazer música é vacilação. Nego aproveita que tu tá de bobeira e te mete um bote, mané.
SOLDADO 1: Vai esculachar agora, vacilão? Toma.
O soldado 1 entregou ao outro o seu AK-47.
SOLDADO 1: Fui!
SOLDADO 2: Já é.
O Soldado 1 se foi, cantarolando a sua música. O Soldado 2 assumiu o seu posto.
Tudo calmo. Lá embaixo, a cidade podia dormir em paz.
14/01/2011
Trabalho de "Temas de História Cultural da Música"
Psicanálise e Musicanálise:
apontamentos de relação pela escuta do não-sentido
Trabalho completo em PDF
apontamentos de relação pela escuta do não-sentido
Trabalho completo em PDF
Trabalho final da disciplina “Temas de História Cultural da Música”.
Orientação: Professor João Pedro d'Alvarenga.
Orientação: Professor João Pedro d'Alvarenga.
Introdução
Este trabalho tem como objectivo uma pequena abordagem da psicanálise e da musicanálise (análise musical), sobre alguns dos aspectos próprios de cada uma, sobre suas semelhanças e sobre um ponto de encontro entre as duas, no qual elas podem se relacionar e auxiliar mutuamente.
Como um primeiro passo, perguntamos o que é a psicanálise e o que é a “musicanálise”. Logo em seguida, vou expor factores que nos levam a pensar a música como uma linguagem, associar a psicanálise e a musicanálise com o uso da língua como meios de expressão e como sistema significante comum, traçar um esboço sobre a relação entre psicanálise e musicanálise, seus pontos de contacto, com que bases podemos dizer que o inconsciente e a música se estruturam como linguagem e finalmente fazer alguns apontamentos sobre a razão da musicanálise e da psicanálise.
Para isso usei como base a dissertação de mestrado feita por Luis Francisco Espíndola Camargo, intitulada “A Escuta do não-sentido: na Linguística na Música e na Psicanálise.”, feita na Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis/SC-Brasil) em 2004.
Também utilizei o artigo que trata de análise musical do “The Grove Dictionary of Music and Musicians”, o livro “Arte, Dor: Inquietudes entre Estética e Psicanálise” do psicanalista João A. Frayze-Pereira, o livro “Você quer o que deseja?” do psicanalista Jorge Forbes e os artigos sobre Lacan, Psicanálise e musical analisys da Wikipédia.
Este trabalho tem como objectivo uma pequena abordagem da psicanálise e da musicanálise (análise musical), sobre alguns dos aspectos próprios de cada uma, sobre suas semelhanças e sobre um ponto de encontro entre as duas, no qual elas podem se relacionar e auxiliar mutuamente.
Como um primeiro passo, perguntamos o que é a psicanálise e o que é a “musicanálise”. Logo em seguida, vou expor factores que nos levam a pensar a música como uma linguagem, associar a psicanálise e a musicanálise com o uso da língua como meios de expressão e como sistema significante comum, traçar um esboço sobre a relação entre psicanálise e musicanálise, seus pontos de contacto, com que bases podemos dizer que o inconsciente e a música se estruturam como linguagem e finalmente fazer alguns apontamentos sobre a razão da musicanálise e da psicanálise.
Para isso usei como base a dissertação de mestrado feita por Luis Francisco Espíndola Camargo, intitulada “A Escuta do não-sentido: na Linguística na Música e na Psicanálise.”, feita na Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis/SC-Brasil) em 2004.
Também utilizei o artigo que trata de análise musical do “The Grove Dictionary of Music and Musicians”, o livro “Arte, Dor: Inquietudes entre Estética e Psicanálise” do psicanalista João A. Frayze-Pereira, o livro “Você quer o que deseja?” do psicanalista Jorge Forbes e os artigos sobre Lacan, Psicanálise e musical analisys da Wikipédia.
02/01/2011
Voz e live-electronics
Experimentação com a cantora Juliana Penna, buscando misturar canções da MPB com live-electronics e ritmos da música eletrônica.
Que fique claro, são esboços, só o registro da ideia.
1- A Nossa Casa
2- Contato Imediato
1- Compositor: Arnaldo Antunes / Celeste Moreau Antunes / Alice Ruiz / Paulo Tatit / João Bandeira / Edith Derdik / Sueli Galdino (http://www.cifraclub.com.br/arnaldo-antunes/a-nossa-casa/)
2- Compositor: Arnaldo Antunes / Marisa Monte / Carlinhos Brown (a tribo)
Que fique claro, são esboços, só o registro da ideia.
1- A Nossa Casa
2- Contato Imediato
1- Compositor: Arnaldo Antunes / Celeste Moreau Antunes / Alice Ruiz / Paulo Tatit / João Bandeira / Edith Derdik / Sueli Galdino (http://www.cifraclub.com.br/arnaldo-antunes/a-nossa-casa/)
2- Compositor: Arnaldo Antunes / Marisa Monte / Carlinhos Brown (a tribo)
01/01/2011
Mrài
Para que digo? Para ninguém. Para nada. Ninguém ouve. Ninguém sabe. Uma vida secreta. Uma vida oculta. Uma vida que não há, que não existe. Uma vida fantasma atormentada por fantasmas.
Se uma vida que não existe é uma vida fantasma, os tormentos fantasmas são tormentos que não existem, tormentos irreais, tormentos criados, bem criados, bem nutridos, bem crescidos os tormentos, que atormentam a vida fantasma e não a deixam encarnar. Tormentos tornados reais, tornados que levam os estais. Podiam navegar a vida à vida. Uma Fénix queimada por um fogo interno, uma ardência, uma vida que quer sair mas está fechada em si, fantasma, moribunda, zombie.
Zumbindo, zombando da vida, o fantasma reina, zomba da sorte, feito abelha zumbi na orelha, à cabeça da vida, coisas, regras, normas, remorsos, travas, trancas, tranches, trecos.
É quando o fantasma dorme que a vida deve acordar. Mas será que fantasma dorme?
Casa, uma esfera segura onde o fantasma devia repousar ou onde ele devia ficar de fora. Casa, a casa única, não múltipla. Casa, não o caso, não um caso, não o acaso. Casa, casta, casto, cacto, casca. Casa, causa, aquela que se não diz, aquela coisa que custa, o custo para estar protegido. Mas protegido de que? Do fantasma? O mesmo fantasma que adormece lá dentro mas que deveria estar fora? É possível matar um fantasma? Mas ele já não é um morto...
Preso a um trem, o trem fantasma. O trem anda no trilho, um traçado determinado, que efectiva e afectivamente leva a algum lugar. Não à uma casa, talvez à um caso, não casto. Carro ou caro?
O trem fantasma flutua, paira, sai da linha, descarrila. Não leva, não comunga, não comuna, não leva ao lugar comum nem ao lugar esperado.
Mas o fantasma não existe, portanto um trem livre, troço-treco que anda ao bel-prazer, ao léu, para onde quer ir com o intuito e instinto de assustar, para cumprir seu objectivo, para emocionar, para emocionar-se, para transmitir emoção. Sem noção, para trans-meter, transformar, deformar, o que chega, que pega, que solta, que vibra, que pulsa...
Já não arde, o fogo deve estar no trem, andando. O outro ardor anda por aí. Não sei dele. De carro, ainda caro, ou trem em rumo oposto? Mal disposto ou bem disposto? Não sei. Mas disponível, por mais que isso doa. Foi um ardor, este outro ardor, que queimou, que de tão quente fundiu e também derreteu, desfez. Refez também, ou pelo menos mudou, marcou, para que Fénix, agora, volte a voar.
Mas Fénix destruiu. Como sempre, a fala de Fénix sangra e faz sangrar. Fénix fere. Fere com ferro, que quente, e o mesmo ferro será ferido, até a carne feder a queimado e a dor. Ou não, Fénix é o fogo, ardor, ardência que pulsa e que escorre. O fogo que recria renasce, ressurge de cinzas, do céu cinza...
Se o fogo pega, Fénix, a chama é enorme e se alastra, contagia, não casta. Mas se for à água, por não compartilhar ou por compartir, não há união possível. Ou o fogo apaga-se ou a água evapora-se. Juntos ou associados, não só os seus poros, podem fazer o bom cozer, o que nutre, o que enche, o que completa, o que conforta, o que desenvolve, o que procria, o que recria. Se misturados, aniquilam-se, destroem-se, fundem-se, confundem-se e morrem.
Viram fantasmas, que sorte nefasta...
Fogo e água, mutáveis e extáticos, que criam, transformam, nutrem e fazem florescer. Aqueça e sacie. Nutram e confortem.
Vá, Fénix. Tu não tens ninho. Teu calor e aconchego são próprios.
Senhora do mar, Mrài, da fertilidade e da vida, no teu reino, Nobre senhora, que é ao pé do mar, reine!
Se uma vida que não existe é uma vida fantasma, os tormentos fantasmas são tormentos que não existem, tormentos irreais, tormentos criados, bem criados, bem nutridos, bem crescidos os tormentos, que atormentam a vida fantasma e não a deixam encarnar. Tormentos tornados reais, tornados que levam os estais. Podiam navegar a vida à vida. Uma Fénix queimada por um fogo interno, uma ardência, uma vida que quer sair mas está fechada em si, fantasma, moribunda, zombie.
Zumbindo, zombando da vida, o fantasma reina, zomba da sorte, feito abelha zumbi na orelha, à cabeça da vida, coisas, regras, normas, remorsos, travas, trancas, tranches, trecos.
É quando o fantasma dorme que a vida deve acordar. Mas será que fantasma dorme?
Casa, uma esfera segura onde o fantasma devia repousar ou onde ele devia ficar de fora. Casa, a casa única, não múltipla. Casa, não o caso, não um caso, não o acaso. Casa, casta, casto, cacto, casca. Casa, causa, aquela que se não diz, aquela coisa que custa, o custo para estar protegido. Mas protegido de que? Do fantasma? O mesmo fantasma que adormece lá dentro mas que deveria estar fora? É possível matar um fantasma? Mas ele já não é um morto...
Preso a um trem, o trem fantasma. O trem anda no trilho, um traçado determinado, que efectiva e afectivamente leva a algum lugar. Não à uma casa, talvez à um caso, não casto. Carro ou caro?
O trem fantasma flutua, paira, sai da linha, descarrila. Não leva, não comunga, não comuna, não leva ao lugar comum nem ao lugar esperado.
Mas o fantasma não existe, portanto um trem livre, troço-treco que anda ao bel-prazer, ao léu, para onde quer ir com o intuito e instinto de assustar, para cumprir seu objectivo, para emocionar, para emocionar-se, para transmitir emoção. Sem noção, para trans-meter, transformar, deformar, o que chega, que pega, que solta, que vibra, que pulsa...
Já não arde, o fogo deve estar no trem, andando. O outro ardor anda por aí. Não sei dele. De carro, ainda caro, ou trem em rumo oposto? Mal disposto ou bem disposto? Não sei. Mas disponível, por mais que isso doa. Foi um ardor, este outro ardor, que queimou, que de tão quente fundiu e também derreteu, desfez. Refez também, ou pelo menos mudou, marcou, para que Fénix, agora, volte a voar.
Mas Fénix destruiu. Como sempre, a fala de Fénix sangra e faz sangrar. Fénix fere. Fere com ferro, que quente, e o mesmo ferro será ferido, até a carne feder a queimado e a dor. Ou não, Fénix é o fogo, ardor, ardência que pulsa e que escorre. O fogo que recria renasce, ressurge de cinzas, do céu cinza...
Se o fogo pega, Fénix, a chama é enorme e se alastra, contagia, não casta. Mas se for à água, por não compartilhar ou por compartir, não há união possível. Ou o fogo apaga-se ou a água evapora-se. Juntos ou associados, não só os seus poros, podem fazer o bom cozer, o que nutre, o que enche, o que completa, o que conforta, o que desenvolve, o que procria, o que recria. Se misturados, aniquilam-se, destroem-se, fundem-se, confundem-se e morrem.
Viram fantasmas, que sorte nefasta...
Fogo e água, mutáveis e extáticos, que criam, transformam, nutrem e fazem florescer. Aqueça e sacie. Nutram e confortem.
Vá, Fénix. Tu não tens ninho. Teu calor e aconchego são próprios.
Senhora do mar, Mrài, da fertilidade e da vida, no teu reino, Nobre senhora, que é ao pé do mar, reine!
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